Kaio Felipe:
Kaio é uma pessoa, no mínimo, estranha. Ele é otimista e pessimista ao mesmo tempo. Usa da auto-crítica para expor momentos de desespero e também para fingir que é humilde. O cara é um poço de arrogância e megalomania. Kaio é obcecado por rock. Joy Division, Beatles, The Cure, Velvet Underground, Depeche Mode, New Order, Pink Floyd, My Bloody Valentine e Suicide são algumas de suas bandas favoritas. Ele também é apaixonado por literatura e filosofia, e seus escritores favoritos são George Orwell, Dostoiévski, Nietzsche, Schopenhauer, Rimbaud, Edgar Allan Poe, Álvares de Azevedo e Goethe. O rapaz é obcecado por relacionar canções a momentos de sua vida - "A Forest" é freudiana quando relacionada à desilusão amorosa que ele teve na pré-adolescência. "Metal contra as nuvens" é uma boa lembrança para ele de seus 12, 13 anos de idade. "Isolation" seria um reflexo do Kaio anti-social que foi se construindo com o tempo. E "I am the Walrus" é uma síntese da egomania dele. Ah, outra coisa importantíssima sobre ele - Kaio adora falar em 3ª pessoa...

E-mail: lostforest80@gmail.com

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Sejam bem-vindos a uma exibição de atrocidades. Esse é o caminho - basta que vocês entrem.

29 junho 2006

Happy birthday to me

Hoje eu completei meu 16º ano de vida.
Não considero, no entanto, que fazer aniversário deva ser associado a "ficar mais velho" ou coisa assim, até porque hoje, ao me olhar no espelho, não notei mudança alguma, "it's always the same". Prefiro usar minhas mudanças de idade para subdividir os períodos de minha vida. Por exemplo, entre 29/06/96 e 29/06/97, eu ouvia muito Titãs e Bon Jovi e adorava CDZ e Power Rangers; de 29/06/99 a 29/06/00, houve o auge da época na qual eu era apaixonado pela T.; já entre 29/06/03 e 29/06/04 eu comecei a gostar de Beatles e Rock em geral, além de iniciar meu vício por política e ciências humanas. E por aí vai.
Eu me pergunto, portanto, sobre o quê ocorreu de importante para mim nos 365 dias em que eu tive 15 anos de idade. Reforço que este realmente foi o melhor e o pior ano de minha vida. Vamos a mais uma das minhas famigeradas listas:
1. Fiquei mais chato, pedante e anti-social. Grande novidade...
2. Conheci Joy Division, Smiths, Sonic Youth, My Bloody Valentine, New Order, Pavement, Muse, Stone Roses, Interpol, The Cure, entre outras dezenas de bandas que eu passei a ouvir nos últimos 12 meses, já seguindo a tendência que eu já demonstrava há 3 anos de preferir Rock clássico e os alternativos.
3. Li cerca de trinta livros desde junho do ano passado, meu "recorde". Ainda assim, houveram as perigosas "ressacas literárias", como entre novembro e janeiro e entre abril e junho. Notei que tenho uma tendência a gostar de ler obras de escritores hipócritas (Nietzsche), charlatães (Schopenhauer), paranóico (Orwell), densos (Dostoiévski), semi-autistas (Kafka), prolixos (Kant) e libertários (Kerouac).
4. Criei vergonha na cara e parei de acreditar nas mentiras da esquerda e da social-democracia. Felizmente, não migrei para a direita, preferindo a idéia de ser um livre pensador que cria sua própria ideologia sem precisar dar satisfação a nenhum dogma político.
5. Houve um curto período (22 dias, para ser mais exato) no qual eu fui obcecado por uma garota. Hoje só a considero amiga, mas essa "paixão relâmpago" me deixou em alerta. Devo me empenhar mais para continuar minha vida de "solteiro indisponível". A solidão pode não ser a melhor coisa do mundo, mas eu me sinto muito bem nela, e não pretendo, a curto e médio prazo, mudar esse quadro.
6. Criei dois blogs. Inicialmente, eles seriam tão despretensiosos quanto 99% dos blogs que eu fiz desde 2002, mas a coisa foi andando tão bem que eu praticamente abri neles a minha vida nos últimos meses, além de tê-lo usado como resenhol de política, literatura e música.
7. Percebi que tive um grande amadurecimento, mas continuo sendo imaturo e inconseqüente em várias situações. Ainda falta muito...
8. ...mas, por mais arrogante que isso possa soar, estou cada vez mais profundo e complexo. A cada dia, noto um nova face da minha personalidade; descubro uma nova falha ou qualidade na minha índole; alterno estados emocionais subitamente, com mudanças radicais de humor; me sinto como um velho rabugento perto dos meus colegas, os quais são bem mais alegres e despreocupados do que eu; não consigo reparar nas coisas simples e superficiais, sou muito apegado aos detalhes, ao subliminar, ao micro do macro.
9. Fiquei mais perfeccionista, enfim. Não consigo fazer nada que realmente me agrade por completo - sempre há algo errado, algum deslize, coisas que precisam ser melhoradas. Nunca me dou por satisfeito, e isso é irritante.
10. Crio problemas imaginários para compensar a frustração de que não tem nada de errado comigo nem na minha vida. Sei lá, deve ser uma "hipocondria psicológica"...

Completo mais um ano de vida esperando (e não torcendo, afinal é algo provável, e não "na sorte"), que os próximos 365 dias sejam tão intensos, para bem ou para mal, quanto foram esses últimos que eu tive. E até mais. Com licença, vou ouvir "Birthday", dos Beatles, hahaha...

27 junho 2006

New Born

1. Acho que vou gravar uns CDs hoje: uma coletânea com She Wants Revenge mais Interpol (a minha antiga com as músicas da banda liderada por Paul Banks ficou meio incompleta); dois CDs para Sonic Youth; dois CDs para (mais uma do) Joy Division; e cinco para meu enésimo best of dos Beatles. Ainda bem que CD virgem custa só 1 real, senão eu já estaria quebrado.

2. Poxa, quando essa minha ressaca literária vai acabar? Estou completamente sem vontade de terminar os livros que peguei pra ler. Acreditam que até hoje eu não concluí Lolita? Francamente, detesto essa minha instabilidade de "empolgação para ler". Entre fevereiro e abril li uns 20 livros, mas desde maio só encerrei a leitura de "A Morte de Ivan Ilitch" (Tolstoi) e "O Que é o Brasil?" (Roberto DaMatta), sendo que esse último era o livro literário indicado pelo professor de Texto. Ah, que saudade dos tempos de leitura frenética...

3. A França saiu da inércia! Sim, Zidane, Henry e cia. fizeram uma ótima partida contra a Espanha, e serão os adversários dos canarinhos na próxima fase. Promete ser um grande duelo. Pouco importa se vai ou não ser "revanche", mas sim que é um encontro de duas seleções com méritos. Alemanha x Argentina é outro jogão, quem ganhar vai com moral pras semifinais. Inglaterra x Portugal promete ser um jogo bem equilibrado, e a Itália terá de superar a Ucrânia para avançar.

4. Dia 29 é meu aniversário. Vão se encerrar os 365 dias do melhor e pior ano de minha vida. O período junho-2005 a junho-2006 foi muito importante para mim em todos os aspectos, desde a ampliação do meu gosto musical e literário até a confirmação de minha solteirice convicta, além de novos (as) amigos (as), certos momentos de instabilidade emocional, etc. Ah, falo mais sobre isso no post de depois de amanhã...

26 junho 2006

Novamente, 3 assuntos

1. As provas de Física e Geografia que eu tive hoje (2ª chamada, porque a primeira foi justamente durante um dos dias nos quais eu estava no PoliONU) foram um pouco mais fáceis do que eu esperava. Acredito que vou conseguir boas notas.
A propósito, na de Geografia, o professor colocou duas questões sobre diferenciação da economia e da política nos regimes capitalista e socialista. Será que tem gente que ainda erra isso? Hum... deixa pra lá. Cada um com seus erros. (Discurso hipócrita, tentando fugir da arrogância da minha afirmação anterior, hohohoho...)

2. Copa do Mundo. A Itália me orgulhou hoje. Fria, calculista, cruel e sacana (os dois primeiros adjetivos, eu tive a idéia de utilizá-los depois que o Abacaxi Atômico os usou de maneira perfeita para descrever a Azzurra), ela teve trabalho para vencer a Austrália, e aproveitou-se de uma falha do juiz para fazer um gol salvador e conseguir o que era dever dela - ficar entre as 8 melhores. Sinto muito, Austrália. Guus Hiddink deve ter se sentido vingado pelo jogo roubado de 4 anos atrás, no qual a Coréia do Sul comandada por ele venceu justamente a Itália com erros de arbitragem. Agora, estamos quites, capice?
Suíça e Ucrânia fizeram um jogo chato, modorrento. Pensei que nem nos pênaltis ia sair gol. Melhor para os ex-soviéticos, que se aproveitaram da incompetência suíça para passarem às quartas-de-finais.
Portugal e Holanda protagonizaram uma partida de tirar o fõlego. Dezenas de cartões, pancadaria, tensão, equilíbrio... só faltou o Felipão entrar em campo. Mesmo com desfalques para o jogo com a Inglaterra, os portugas estão com a moral lá em cima, e irão com tudo (só espero que não da mesma maneira que nesse jogo com os holandeses, hehe) pra encarar os ingleses, que, novamente, jogaram um futebol burocrático e "de resultados" para baterem o Equador.

3. Estava eu no shopping, mais especificamente na sessão de CDs de uma livraria (!), procurando por álbuns do Oasis (a maioria deles é barata, cerca de 20 reais), quando, repentinamente, vejo... uma banana!
Sim, eu encontrei o primeiro disco do Velvet Underground, com a famosa capa feita pelo Andy Warhol!
Por sorte, eu tinha justamente R$ 30,00 na carteira, e comprei na hora. Passo fome, mas não fico sem esse CD fantástico, que praticamente delineou o Rock Alternativo.
Minhas preferidas são "Sunday Morning", "Heroin", "Femme Fatale" e "All Tomorrow's Parties".

24 junho 2006

Copa do Mundo, F1 e discos densos

I - A Alemanha demonstrou eficiência ao resolver o jogo com a Suécia em apenas 12 minutos. Não correu nenhum risco durante o jogo, com uma defesa mais segura, um meio-de-campo combativo e um ataque que, com algumas lapidadas, poderá ser o melhor da Copa. A partida das quartas-de-final entre germânic
E a Argentina, hein? Penou para vencer os mexicanos, ao contrário do que todos esperavam. Não que eles tenham jogado muito mal, mas poderiam sim ter um rendimento melhor. O que determinou o duelo em uma partida tão equilibrada foi o fato de que, na hora H, o México "acordou". Após uma fraca 1ª fase, os jogadores da equipe melhoraram bastante, e jogaram sua melhor partida no Mundial. No final, prevaleceu a justiça, e a favorita Argentina saiu com a vitória.
Amanhã tem Inglaterra x Equador (pela lógica, os ingleses ganham, mas a possibilidade de zebra não pode ser descartada) às 12h e Portugal x Holanda (promete ser uma das melhores partidas da Copa, com duas equipes poderosas e que podem chegar longe) às 16h.

II - O dia 25 de Junho também terá o GP do Canadá de F1. Nos treinos, deu Alonso na pole, Schumacher em quinto e Rubinho e Massa largando em 9º e 10º, respectivamente. Sou menos "anti-patriotismo" na Fórmula 1 do que no futebol, portanto, torço para que os tupiniquins tenham uma boa corrida. E que o espanhol não dispare tanto na liderança do campeonato! Fica parecendo que até nisso ele quer imitar o alemão... =D

III - Top 5 de Discos mais densos já ouvidos por Kaio Felipe (menção honrosa para V, da Legião Urbana. Ouçam "Metal contra as nuvens", "A montanha mágica" e "Vento no litoral" e entendam o porquê):
DARK SIDE OF THE MOON / Pink Floyd: unindo sintetizadores, letras malucas, toda uma idéia conceitual e um instrumental impecável, o Pink Floyd chegou ao ápice com esse LP. A viagem psicodélica é inesquecível, e é notável a maneira como a banda criou toda essa atmosfera. Minhas preferidas são "Breathe", "Time", "Money" e "Brain Damage".
LOVELESS / My Bloody Valentine: a obra-prima do shoegaze. O MBV ambienta o ouvinte com sua parede de guitarras distorcidas unidas a vocais doces, além de muitos teclados e sentimentos conflituantes, todos eles demonstrados com muito lirismo e perfeccionismo. Os ruídos e a sonoridade etérea podem assustar na 1ª audição, mas com o tempo, quem ouve Loveless nota que músicas como "When You Sleep", "Sometimes", "Come In Alone" e "Only Shallow" não seriam as mesmas sem essas características.
THE WHITE ALBUM / The Beatles: se havia alguma dúvida do experimentalismo dos Beatles, ela se dissipou com o 'Álbum Branco'. O fab-four fez de tudo no disco - melancolia ("I'm So Tired", "Sexy Sadie", "While My Guitar Gently Weeps"), alegria ("Ob-La-Di, Ob-La-Da", "Back In The USSR", "Birthday"), sarcasmo ("Glass Onion", "The Continuing Story of Bungalow Bill", "Happiness Is A Warm Gun"), fúria ("Helter Skelter", "Yer Blues", "Why Don't We Do It In The Road"), e muito mais.
SEVENTEEN SECONDS / The Cure: cheio de introspecção e devaneios, o segundo disco do Cure consegue envolver quem o escuta como poucos. "A Forest", que é sua melhor música, tem letra e melodia inquestionavelmente maravilhosas - e doídas. Outras canções se destacam, como "Play for Today", "In Your House", "M" e a faixa-título.
CLOSER / Joy Division: praticamente penetra na alma do ouvinte, alternando momentos de profunda depressão ("Twenty Four Hours", "The Eternal") com outros de desilusão ("Isolation", "A Means To An End", "Decades"), desespero ("Passover", "Heart And Soul") e raiva ("Atrocity Exhibition", "Colony"). Ouvindo-o, fica a prova de que Ian Curtis não morreu em vão.

23 junho 2006

Sweet little sixteen

Agora são 16 por 1. A Copa do Mundo, após 2 semanas, finalmente chega aos seus momentos decisivos - os confrontos diretos, dividos em oitavas-de-final, quartas-de-final, semifinais e, claro, a final.
É hora de analisar cada uma das seleções que conseguiu avançar a essa fase:

ALEMANHA
Sim, eles são burocráticos, a defesa corre riscos desnecessários e o grupo deles era bem fraquinho. Os alemães, no entanto, foram muito bem e prometem ser um dos grandes candidatos ao título. Klose, como em 2002, foi um dos destaques da equipe na 1ª fase - resta saber se ele continuará fazendo gols no mata-mata, ao contrário da Copa passada. Eles têm mais time que a Suécia, mas precisarão de mais do que favoritismo para vencer.

SUÉCIA
Fez uma primeira fase apenas razoável, perdendo muitos gols e tendo mais dificuldades do que deveriam com adversários inexpressivos como Trinidad e Tobago e Paraguai. No jogo com a Inglaterra, melhoraram bastante o nível de seu futebol, demonstrando mais disposição e garra. Podem dar trabalho para os germânicos no duelo entre ambos.

ARGENTINA
Se repetirem o futebol demonstrado nas partidas contra Costa do Marfim e, principalmente, Sérvia e Montenegro, irão esmagar os mexicanos. Os hermanos vieram bem preparados para o Mundial, e o banco de reservas também é cheio de estrelas, que podem muito bem decidir qualquer partida.

MÉXICO
Não fizeram jus à cabeça-de-chave do grupo D, com resultados pouco convincentes. Penaram muito para vencer o Irã, não passaram do zero a zero com Angola e perderam para um time misto de Portugal. Apesar de encardidos, não têm grandes possibilidades de passarem pelos argentinos.


INGLATERRA
Ainda não jogaram tudo o que sabem, mas podem desencantar no mata-mata. Quando eles dizem que têm a sua melhor seleção em 40 anos, não estão brincando - a Inglaterra realmente pode chegar longe. A contusão de Owen pode ser compensada pela entrada de Rooney, ou mesmo apostando no franzino Walcott ou no robô Crouch. Hahahahaha...

EQUADOR
Abateram Polônia e Costa Rica sem grandes dificuldades, mas foram completamente covardes perante a Alemanha. Se não souberem peitar os ingleses, irão levar outra goleada. Delgado vem sendo o destaque da equipe.

PORTUGAL
Os lusitanos, comandados por Luís Felipe Scolari, deram um salto de qualidade nos últimos anos, e demonstraram estar bem preparados para encarar partidas duras, como a que terão com a Holanda, na revanche da semifinal da Euro 2004, na qual os portugueses levaram a melhor.

HOLANDA
Robben e Van der Sar são os dois melhores jogadores da Holanda, e irão liderar a sua seleção naquela que promete ser a mais empolgante das partidas das oitavas-de-final. O fato de terem saído do grupo da morte com 7 pontos pode ter servido para elevar a auto-estima dos jogadores.

ITÁLIA
A minha seleção favorita, portanto, não esperem comentários imparciais, hehe... apesar de um ou outro probleminha, terminou em 1º lugar em um grupo complicado. O elenco é recheado de bons jogadores, como Totti, Materazzi, Toni e Inzagui. Tem um trajeto relativamente fácil até as semifinais, e deve fazer bom uso dele.

AUSTRÁLIA
É, Guus Hiddink conseguiu a façanha de colocar os australianos entre as 16 melhores seleções do planeta, e superou nipônicos e croatas no percurso. A Austrália, no entanto, precisará jogar bem melhor do que vem jogando para derrotar a Azzurra.

SUÍÇA
Única a não levar nenhum gol na primeira fase? Sim. Travaram a França? Também. Uma das boas surpresas da Copa? Claro. Mesmo assim, em um grupo também composto por Togo e Coréia do Sul, eles não fizeram mais do que sua obrigação. Se quiserem realmente se firmar como candidatos ao título, precisarão encarar a poderosa Ucrânia.

UCRÂNIA
O susto na estréia foi completamente apagado pela vitória convincente contra a Arábia. Schevchenko liderará uma seleção ofensiva e forte, mas que também poderia ter mais cuidado com a defesa se não quiser ir embora mais cedo.

BRASIL
Após duas partidas decepcionantes, o "gigante adormecido" acordou contra os japoneses, e jogou tudo o que se esperava dele. Parreira está agora sob um dilema - ser conservador e manter o time titular, ou ousar e colocar alguns dos reservas que atuaram bem, como Fred, Juninho e Robinho?

GANA
Correm como guepardos, e tiraram checos e americanos da Copa. Além disso, mantiveram a tradição da África de sempre apresentar uma boa surpresa (Costa do Marfim, se não tivesse caído em um grupo tão duro, poderia ser essa zebra...). Te cuida, Brasil!

ESPANHA
Foram um dos destaques da primeira fase, com atuações incríveis contra Ucrânia e Tunísia. Os espanhóis se deram ao luxo de deixar o galático Raul no banco de reservas, e têm condições reais de quebrarem a velha sina de que a Espanha não passa das quartas-de-final desde 1950.

FRANÇA
Atuações pífias contra Suíça e Coréia e uma vitória óbvia contra Togo demonstraram que a França de 2006 ainda estão muito longe daquele futebol encantador de 98. Claro que a tradição pesa, mas não bastará para que eles consigam vencer os adversários duros que terão pela frente.

22 junho 2006

No meio do deserto

Lembrando a velha comparação, Blur é melhor que o Oasis, mas isso não quer dizer que a banda dos irmãos Gallagher seja ruim. Eu demorei um bom tempo para realmente apreciar o som deles, mas, nas últimas semanas, escutei com grande freqüência a coletânea de 2 CDs que eu gravei com as melhores da banda.
O som deles dá grande valor às melodias, seja nas baladas ou nos rocks desbocados. Ao contrário de seus "rivais", o Oasis não tem uma discografia de qualidade constante, pois tem seus altos e baixos. Aliás, analisá-la-ei (não citei o bom disco ao vivo Familiar to Millions, mas apenas os trabalhos de estúdio):
- DEFINITELY MAYBE, 1994: é o único CD oficial deles que eu comprei, pois é meu disco preferido, pela energia e vibração que cada uma das músicas passa ao ouvinte. É difícil decidir qual é o melhor entre ele e o Parklife (Blur), são duas obras-primas do pop rock britânico. Destaque para
"Rock 'N' Roll Star", "Live Forever", "Supersonic", "Cigarettes & Alcohol", "Slide Away" e a linda "Married With Children".
- (WHAT'S THE STORY) MORNING GLORY?, 1995: álbum mais vendido do Oasis, ele provou que a banda era mais do que uma boa debutante. Teve o mérito de não ficar restrito ao Reino Unido, já que conquistou também os EUA e o resto do mundo com canções maravilhosas como "Hello", "Wonderwall", "Don't Look Back In Anger", "Morning Glory", "Champagne Supernova" e a minha preferida deles, "Roll With It".
- BE HERE NOW, 1997: um dos discos mais subestimados da década passada. Be Here Now completa a trilogia de grandes álbuns do Oasis com muita psicodelia e peso. Apesar de ter músicas bem longas, isso não é um problema perante a qualidade delas. As melhores são "D'you Know What I Mean?", "Stand By Me", "Fade In-Out", "Don't Go Away" e "All Around The World".
- THE MASTERPLAN, 1998: boa coletânea de B-Sides, entre os quais os meus favoritos são "Acquiesce", "(It's Good) To Be Free" e "The Masterplan".
- STANDING ON THE SHOULDER OF GIANTS, 2000: O patinho feio da discografia do Oasis. Não é exatamente ruim, mas faltou inspiração. Poucas músicas se destacam - "Fuckin' In The Bushes", "Go Let It Out" e "Sunday Morning Call".
- HEATHEN CHEMISTRY, 2002: Melhor que seu antecessor, mas ainda aqúem do que os caras poderiam fazer. Ainda assim, tem a bela "Stop Crying Your Heart Out" (que foi até trilha sonora do filme 'Efeito Borboleta'), além de "The Hindu Times", "Songbird", e "Little By Little".
- DON'T BELIEVE THE TRUTH, 2005: A banda, 8 anos depois, volta a fazer um álbum ótimo. Os irmãos mostram mais cooperação, e dividiram a elaboração de várias músicas, acabando com a dicotomia "Liam cantor, Noel compositor". Os maiores destaques são "Turn Up The Sun", "Lyla", "The Importance Of Being Idle", "The Meaning Of Soul" e "Let There Be Love".

No próximo post, comentários sobre a Copa do Mundo, ainda mais com o início das oitavas-de-final no sábado. Mesmo assim, uma consideração rápida - FORZA, ITALIA! =D

19 junho 2006

"Alguma questão ou moção?"

Escreverei até em vermelho para enfatizar: O PoliONU foi fantástico!
Adorei a experiência que tive nesse meu debut em modelos da ONU, serviu para ratificar que eu realmente quero seguir carreira nas ciências humanas, mais especificamente na Ciência Política. Há 2 anos que eu tenho esse curso em mente, mas só agora, em junho de 2006, às vésperas do meu 16º aniversário, é que eu pude ter certeza do que eu pretendo fazer no futuro.
Os quatro dias de debate foram maravilhosos, aprendi muito sobre como funcionam as relações internacionais. Felizmente, não fiquei tão ansioso na Hora H, e pude dispor plenamente da minha autoconfiança - não titubeei na hora de falar. Claro que não deixei de cometer alguns pequenos deslizes (como na hora de definir com quem ficaria a patente da empresa que cometesse biopirataria), mas adotei o discurso diplomático e, digamos, "bonzinho" do qual eu precisaria para defender os interesses da Alemanha. Fiz o possível (e o impossível) para conciliar os interesses dos dois blocos - os países de grande biodiversidade e as nações do 1º Mundo. Fico feliz porque costurei alianças e ajudei no êxito de meu comitê. Nada, no entanto, daria certo se outros ministros não tivessem ido bem, como os dos EUA, Rússia, Venezuela (que encarnou perfeitamente o Hugo Chávez!) e China.
Fico imensamente satisfeito por terem me considerado o melhor ministro da OMC (até ganhei uma menção honrosa), o que me provou que ter gasto meus últimos 3 anos atrás de toneladas de informações sobre Geografia, História, Política e Economia valeu a pena.
A viagem também me agradou, pois pude, finalmente, sair de Goiânia para conhecer outros locais do Brasil, e comecei bem - São José dos Campos (SP) é uma ótima cidade, bem organizada. O colégio Poliedro tem uma estrutura incrível, e realmente se mobilizou todo para realizar a simulação. Os alunos do meu colégio que também participaram demonstraram ser pessoas legais, e eu pude começar a ser amigo de várias dessas pessoas.
"Alguma questão ou moção?" Sim, moção para encerramento do debate.

13 junho 2006

Loaded

Começo pela Copa do Mundo.
I - Futebol é muito legal na parte de dados, estatísticas e probabilidades, mas não me emociona e me contagia tanto quanto outras coisas, como música e política (que, aliás, são os próximos tópicos, hahahaha). Adoro a Copa do Mundo porque analisar as partidas, os possíveis resultados, a técnica e o esquema tático das seleções é muito divertido. Também gosto muito da história das Copas (sei de cor quase todos os placares de jogos desde 1930. É sério!).
II - Fico indignado com esse pseudopatriotismo demonstrado pelos brasileiros em época de Copa. A maioria de nós só ama o Brasil a cada 4 anos, e não tem vergonha de admitir que a única coisa da qual se pode orgulhar em nossa nação, além do carnaval, é o futebol. E quando alguém resolve criticar essa atitude, essa corja repete o discurso da ditadura ("Brasil, ame-o ou deixe-o"), adaptando-o para seu vocabulário vulgar ("Se cê num gosta du Brasil, pur quê cê mora aqui, véi?"). E estamos em um dilema - se o Brasil for hexacampeão, o Lula aumenta suas chances de vitória e o conformismo e otimismo babaca aumentam entra a população; por outro lado, se perdermos a Copa do Mundo, a produtividade cai.
III- A Itália não me decepcionou ontem. Mesmo com uma ajuda do Simon (que anulou dois pênaltis a favor de Gana), ganharam por 2 a 0 e convenceram. Agora, é essencial que eles vençam os EUA e saibam do potencial da República Tcheca, que aproveitou a fragilidade da equipe ianque e venceu por 3x0.
IV - Inglaterra e Portugal usaram uma tática decepcionante - fazer um gol logo no início e diminuir o ritmo após isso. Espero um desempenho melhor de ambas na próxima rodada.
V - E o Japão? Uma seleção que toma 3 gols nos últimos 9 minutos realmente não tem o equilíbrio necessário para uma competição como a Copa.
VI - A Alemanha e a Argentina mostraram algumas pequenas falhas (principalmente na defesa), mas atuaram bem contra, respectivamente, Costa Rica e Costa do Marfim (sem trocadilhos, por favor). Aliás, os africanos jogaram uma barbaridade. Em outro grupo, quem sabem eles não teriam chance de chegar longe?
VII - Acabei de ver o jogo da França, que jogou mal (parece que os jogadores franceses não sabem finalizar, ou então "desaprenderam", porque perderam boas chances de gol). Daqui a pouco, começa o da seleção canarinho. Vou ser croata por um dia, hahahahaha...

Agora, o PoliONU.
Estou estudando bastante. Preciso aprimorar a minha oratória, afinal peguei um país influente - a Alemanha - e provavelmente vou ser um dos mais importantes nas negociações sobre a biopirataria (que é o tema principal do meu comitê, a OMC). Preciso usar dessa influência para ter êxito...
Aliás, gostei muito da política externa alemã, que preza pela diplomacia, e da força que os ambientalistas têm por lá, já que a população germânica possui muita responsabilidade sócio-ambiental.
Prevejo que Brasil e Estados Unidos serão os países mais acionados nos debates, até porque representam os dois extremos - somos o país com maior biodiversidade e o mais explorado pelos biopiratas, e os americanos são os que menos restringem as empresas de patentearem recursos naturais ou conhecimentos indígenas de maneira ilegal. Seria a UE um meio-termo nessa história, e funcionará como mediador?
Viajarei amanhã para o PoliONU. Me desejem azar (lembrando do filme "Os Produtores", que usou uma espécie de lei de Murphy para dizer que dizer "merda pra você" dá sorte, e "boa sorte" pode levar uma peça ao fracasso... hahahaha).

Ouvindo muito Primal Scream e Slowdive. Qualquer dia eu faço uma matéria especial sobre Madchester e/ou shoegaze. Hoje estou sem vontade, e o post já está meio grande... Até mais.

10 junho 2006

O papel do subconsciente

(Antes do artigo de hoje, um comentário rápido: não atualizei o blog nos últimos 4 dias porque estou completamente ocupado com o PoliONU, uma simulação de um Congresso da ONU que ocorrerá no colégio Poliedro, em São José dos Campos, na semana que vem, dos dias 15 a 18. Meu colégio tem uma parceria com o Poliedro, e mandará 5 grupos contendo os alunos interessados. Eu estou no que defenderá a Alemanha, e peguei o comitê da OMC. Saí da inércia na última semana, por estar animado com a idéia de participar de algo que tem algo a ver com a minha futura carreira universitária. "Esquecer" o blog foi ótimo, afinal internet é coisa de gente ociosa, e fazer alguma coisa na vida é sempre interessante. Sem mais delongas, eis o post propriamente dito. Texto retirado de uma redação que eu fiz em 26/Maio e tirei 98, por ter construído alguns períodos muitos longos, mas que já estão corrigidos aqui.)

"O simples bater de asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo". Apropriando-se da teoria do caos, o filme "Efeito Borboleta" (EUA, 2004) constrói a sua trama, que é, muito provavelmente, uma das mais geniais do cinema contemporâneo. O protagonista da película pode reconstruir a sua memória - mudando certos momentos de seu passado, ele altera todo o seu futuro. Pode soar um pouco desnecessário o comentário sobre o filme, mas a minha intenção é utilizá-la como ponto de partida para esse texto: afinal, será que mudaremos o amanhã se nos lembrarmos de ontem?
A maioria dos seres humanos conserva em sua memória os momentos mais marcantes de suas vidas, sejam eles bons ou ruins. Alguns fatos aparentemente tão corriqueiros, no entanto, podem ser guardados para sempre, como se fossem uma epifania, um momento de reflexão. Podemos até não aprender com nossos erros, mas eles ficarão eternamente lá, em nosso subconsciente.
Quando perdemos essa memória, é como se boa parte do que fomos e somos também se dissipasse. O esquecimento nos leva em direção ao vazio, como se fosse um niilismo. Por exemplo, ignorar a importância política do ato de um estadista anos atrás certamente nos levará a deixar que outro político destrua essa lembrança, ou mesmo a altere. Goebbels, quando disse que "Uma mentira contada mil vezes acaba se tornando uma verdade", reflete o contexto do nazismo, que aproveitou-se do desejo de vingança e do nacionalismo exacerbado alemão para criar uma ideologia racista e totalitária, que disseminou guerras, violência e muita destruição.
Outro que acertou em cheio ao comentar sobre essa deturpação do passado sócio-político foi George Orwell, através dos romances "1984" e "Revolução dos Bichos". Ambos fazem várias metáforas sobre a ditadura socialista da URSS, que utilizou-se da coerção, do terrorismo psicológico e da manipulação das informações para subjulgar sua população, a qual passou a ver o capitalismo e os inimigos do Estado (Trótski, por exemplo) como demônios a serem aniquilados, e o progresso soviético como uma verdade inabalável. Os poucos que se lembravam da realidade foram silenciados.
Devemos explorar ao máximo essa fantástico recurso que é a memória. Ignorar o papel dela na construção de nós mesmos e da sociedade é um passo decisivo para sermos enganados por charlatães e oportunistas. Estes farão de nós uma "massa de manobra", e levarão o mundo ao caos e à desordem sem escrúpulos, afinal, eles bem sabem que, quem conhece o passado, trabalha pelo presente e muda o futuro.

06 junho 2006

Algumas considerações

Desculpe-me se alguém que estiver lendo isso o fez, mas ver uma picaretagem como esse remake de "A Profecia" só porque hoje é 6/6/6 é, no mínimo, retardamento mental. Felizmente, já é consenso entre os críticos (mesmo os menos rabugentos) de que o filme é uma porcaria, o que só reforça o fato de que é apenas oportunismo aproveitar uma data que é conhecida como o tal do "número da besta" para vender um filme. Se eu quisesse ver terror, iria jogar Resident Evil ou ouvir Joy Division em um quarto trancado e escuro, apenas com o som tocando um CD deles e uma corda.

04 junho 2006

Futebol, só pra variar

COPA DO MUNDO
Pois é, acho que sou o blogueiro que mais demorou para falar desse evento. A seguir, algumas de minhas considerações:
1. O Brasil tem o melhor time, o melhor técnico, o melhor ataque, os melhores resultados, a melhor campanha nas Eliminatórias, o melhor retrospecto nos últimos 4 anos e o melhor jogador do mundo. Muito bem, agora é hora de provar que ser o favorito absoluto adiantará para vencer. Temo pela prepotência e o hype feito em torno de nossa seleção - 1950, 1982 e 1998, cada um à sua maneira, estão aí para nos provar que o escrete canarinho nem sempre correspondeu às expectativas. Prefiro não ser pessimista (afinal, temos um verdadeiro dream team) nem otimista. A Croácia e o Japão prometem dar trabalho e a Austrália deve jogar duro, mas sem grandes chances de surpreender.
2. Faz um bom tempo que eu admiro bastante o futebol dos italianos. Creio que são uma das seleções mais fortes do mundo, e podem chegar bem longe. O problema é que eles costumam fazer uma fraca 1ª fase para só no mata-mata mostrarem a que vieram. Além disso, a República Tcheca - que é uma das melhores da Europa - e os EUA - o 8º lugar na Copa passada não é desprezível - podem dificultar um pouco o caminho da Azzurra. E o risco de um confronto com o Brasil nas oitavas não é baixo... seria uma final antecipada.
3. Alemães e franceses, mesmo não estando tão bem, pegaram grupos fáceis, e muito provavelmente, passarão. Equador e Togo não têm time sequer para serem zebras.
4. Os ingleses terão um caminho relativamente fácil, excetuando-se pela Suécia. Já Espanha e Ucrânia, muito provavelmente, disputarão o primeiro lugar no grupo H.
5. E a Argentina? Que azar! Pegou o grupo mais imprevisível da Copa. Eu teria medo da Sérvia e sua forte defesa, da Holanda e sua equipe fantástica e da melhor seleção africana, a Costa do Marfim... seja quem se classificar nesse grupo, terá grandes chances de chegar, pelo menos, às semifinais. E isso não é um exagero.

CAMPEONATO BRASILEIRO
O Palmeiras (time pelo qual eu torço) vem fazendo uma campanha decepcionante, mesmo com um elenco razoável e um técnico competente. É óbvio que a diretoria é o calcanhar-de-Alquiles do verdão, e resolver esse problema não será fácil, com o grupo do Mustafá há mais de 10 anos no poder. Será que voltaremos para a Série B após dois anos seguidos em 4º lugar e conseguindo vaga na Libertadores? Argh.
Para mim, o campeonato promete ser muito equilibrado, tanto que os favoritos ao título são seis: Internacional, Cruzeiro, Corinthians, Santos, São Paulo e Fluminense.

03 junho 2006

Reflexão do dia

Será que eu sou feliz e não quero admitir isso, e por isso crio problemas imaginários?

Como destruí minha sexta-feira

1. Estudei apenas para questões dissertativas e esquecido do decoreba para a prova de Biologia. Resultado - me salvei nas questões sobre filos do reino animal, mas fui um desastre em botânica e fisiologia...
2. Tive uma briga, que, não sei por que, me lembra muito uma estrofe de (ela, sempre ela!) "Isolation", do Joy Division:

Mother I tried, please believe me
I'm doing the best that I can
I'm ashamed of the things I've been put through
I'm ashamed of the person I am...
Isolation, isolation, isolation

3. Achei que ainda havia chance de ser feliz na escola ou em casa.
4. Escrevi uma música deprimente como essa:

ENCOSTADO NA PAREDE
Eu não entendo
Por que é tudo assim?
Nem mesmo compreendo
Qual será o meu fim
Atormentado por dúvidas
E completamente desiludido
Cheio de mágoas
Estaria eu perdido?

Cansei-me de sofrer
Mesmo não fugindo disso
Sei que vou perder
E não posso mudar isso

Queria ser menos chato
E buscar ser feliz
A vida não é conhecimento exato
O que foi que eu fiz?

Tudo parece descartável
A fé não é necessária
Prefiro uma reflexão aceitável
Do que uma doutrina sectária

O individualismo só te deixa longe
De encontrar a resposta
A solidão me esconde
Na parede ela me encosta
Os sábios vivem em sofrimento
Os burros conseguem sorrir
Quando mais conhecimento
Menos se pode rir

E nem mesmo elas te mudarão
No início será até agradável
Embora, mesmo com a excitação,
O final será inconsolável

Estaria a resposta
No mero conformismo?
Preciso ser idiota
Para obter o otimismo?

Que solução deprimente
Até desisto de lutar
Pois basta ser ignorante
Para parar de chorar...

01 junho 2006

Poemas do Sofisma Burlesco - parte 3

OK, eu prometo que, no próximo post, volto aos textos de prosa. Os poemas de hoje foram feitos nos últimos 2 dias. O primeiro é uma metáfora política, o segundo é bem shoegaze (para quem conhece o gênero, o título é bem sugestivo; para os leigos, aguardem, em breve farei uma matéria) e o terceiro... bem, sobre desilusão.

CARLOS E ADÃO

Carlos era idealista
E Adão, um realista
Um queria igualdade
O outro amava a liberdade

Carlos reclamou pelo povo
Queria construir um mundo novo
Ele gostava do vermelho
Acreditava ser do operário um espelho

Adão era pelo individual
A autoridade seria um mal
Em seu projeto de realidade
Todos teriam oportunidade

Só que algo deu errado
O projeto foi desviado
O mundo mudou, se revolucionou
Mas algo continuou...

Carlos virou universitário
Amigo de um empresário
Influenciou ditadores
Que do povo são senhores

Adão é burocrata
E aceitou uma mamata
Pra deixar que poucos
Tomassem o dinheiro dos outros

Deturpados, desviados
Destros, canhotos e amputados
E assim caminha a política
Que saudade da era neolítica

ETÉREO

Etéreo... Eu quero
Estados... Desequilibrados
Não pude ver... Nem entender
Mesmo assim... O desejo para mim

Etéreo... É psicodélico
Esqueci a dor... Procuro o amor
Olho pra meus pés... E conto até dez
Pra correr... Atrás de você


Etéreo... Como espero
A loucura... Sem censura
Ser normal é estranho... Soa até insano
Como você se sente... Quando é diferente?

Etéreo... Algo eterno
Vou andar... Sobre o mar
Pra quê brigar... E se estressar?
Não seja tolo... É que seu cérebro é doido

RUÍNA

Pouco posso fazer
Pra tentar esquecer
O que você fez comigo
É algo que eu não consigo

Tudo era felicidade
Eu tinha pouca idade
Um jovem imaturo
Porém, cheio de futuro

Se não fosse aquele dia
Em que houve uma epifania
Tudo seria diferente
Não queria ser um errante

Você me ensinou o que é perder.

O sonho se acabou
E a ilusão se dissipou
Tudo parece estar errado
Serei um fracassado?

Por que insisti?
Por que não fugi?
Eu poderia viver
Só que preferi te ver

E uma solidão de amargar
Está a me aguardar
Onde está a minha alma?
Será isso mais que um trauma?