Kaio Felipe:
Kaio é uma pessoa, no mínimo, estranha. Ele é otimista e pessimista ao mesmo tempo. Usa da auto-crítica para expor momentos de desespero e também para fingir que é humilde. O cara é um poço de arrogância e megalomania. Kaio é obcecado por rock. Joy Division, Beatles, The Cure, Velvet Underground, Depeche Mode, New Order, Pink Floyd, My Bloody Valentine e Suicide são algumas de suas bandas favoritas. Ele também é apaixonado por literatura e filosofia, e seus escritores favoritos são George Orwell, Dostoiévski, Nietzsche, Schopenhauer, Rimbaud, Edgar Allan Poe, Álvares de Azevedo e Goethe. O rapaz é obcecado por relacionar canções a momentos de sua vida - "A Forest" é freudiana quando relacionada à desilusão amorosa que ele teve na pré-adolescência. "Metal contra as nuvens" é uma boa lembrança para ele de seus 12, 13 anos de idade. "Isolation" seria um reflexo do Kaio anti-social que foi se construindo com o tempo. E "I am the Walrus" é uma síntese da egomania dele. Ah, outra coisa importantíssima sobre ele - Kaio adora falar em 3ª pessoa...

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Sejam bem-vindos a uma exibição de atrocidades. Esse é o caminho - basta que vocês entrem.

04 fevereiro 2007

"A gente não quer só comida, a gente quer a vida como a vida quer"


Uma das mais expressivas bandas do rock nacional, os Titãs mudaram muito de direção musical através dos tempos (e discos), e na maior parte das vezes, conseguiram manter a alta qualidade. A formação atual conta com Paulo Miklos (vocal/guitarra), Branco Mello (vocal/baixo), Sérgio Britto (vocal/teclados), Charles Gavin (bateria) e Tony Bellotto (guitarra), e entre os ex-integrantes estão André Jung (baterista no 1º disco), Arnaldo Antunes (vocalista até 92), Nando Reis (vocal e baixo até 2002) e Marcelo Fromer (guitarrista, faleceu em 2001). Apesar de já não serem os arrasa-quarteirões que já foram, os titânicos continuam muito acima da maior parte das bandas roqueiras brasileiras.

TITÃS (1984)
O debut. É um trabalho irregular, pois a banda ainda não tinha se decidido por um estilo, ora debandando para o reggae, ora para algo influenciado pela Jovem Guarda. Contribui pra isso o fato de que o disco foi gravado em um estúdio de jingles! Mesmo assim, destaque para "Babi Índio", "Toda Cor" e a brega "Sonífera Ilha".

TELEVISÃO (1985)
Na segunda tentativa, os Titãs dão um salto em relação ao 1º álbum. Apesar da péssima produção de Lulu Santos, Televisão compensa isso com várias ótimas canções bem no estilo new wave. Recomendo a faixa-título, "Dona Nenê", "Autonomia", "Massacre" e "Não Vou Me Adaptar".

CABEÇA DINOSSAURO (1986)
A 1ª das obras-primas titânicas. União perfeita entre letras sociopolíticas e uma sonoridade punk, ele foi um dos discos brasileiros mais influentes nos anos 80. Eu poderia destacar praticamente todas as faixas - "Igreja", "Homem Primata", "Estado Violência", "Polícia", "Bichos Escrotos", "Família", "Tô Cansado", "AA UU"...

JESUS NÃO TEM DENTES NO PAÍS DOS BANGUELAS (1987)
Outro CD genial; é um dos meus prediletos. O som é mais limpo que o do seu antecessor, fazendo o álbum ainda soar atual, mesmo vinte anos depois. A banda entra de cabeça no rock eletrônico, resultando em clássicos como "Comida", "Corações e Mentes" e, principalmente, "Diversão" (a minha favorita da banda). Os Titãs também mandam ver no rock pesado e politizado de "Desordem", "Lugar Nenhum" e "Nome Aos Bois".

GO BACK (1988)
O primeiro álbum ao vivo do (na época) octeto. O resultado é satisfatório, até mesmo porque seu repertório contém várias música que não foram hits, como "Pavimentação" (Televisão) e "Marvin" (Titãs), sendo que esta aproveitou muito bem sua 2ª chance e transformou-se em um dos maiores sucessos do banda. O remix da música "Go Back" também merece elogios.

Õ BLÉSQ BLOM (1989)
Completa a 'trilogia sagrada dos Titãs'. A banda retorna mais experimental do que nunca, inclusive com o uso de bateria eletrônica e ritmos regionais, sempre com ótimas melodias e versos geniais. As melhores são "Miséria", "Flores", "O Camelo e o Dromedário", "O Pulso", "Deus e o Diabo", "32 Dentes" e a música que me inspirou a dar o nome para o meu outro blog: "Racio Símio"!

TUDO AO MESMO TEMPO AGORA (1991)
O conjunto toma uma decisão arriscada: fazer um disco sujo e anti-comercial. A reação imediata de crítica e pública foi de repulsa, o que era esperado, afinal, fazer um disco de sonoridade alternativa, autoproduzido (lembrem-se que eles vinham de uma longa parceria com Liminha) e cheio de esporro sonoro e letras escatológicas não é para qualquer um. Recomendo "Saia de Mim", "Não é por não Falar", "O Fácil é o Certo", "Eu Não Sei Fazer Música" e "Clitóris".

TITANOMAQUIA (1993)
O primeiro CD sem Arnaldo Antunes, que havia decidido seguir em carreira solo. Isso não impediu os 7 remanescentes de conseguirem segurar a onda, ao flertar com o grunge (inclua nisso a ótima produção de Jack Endino) e rechear as letras de auto-indulgência. Infelizmente, é um dos mais subestimados álbuns dos Titãs. Destaque absoluto para "Hereditário", "Será Que É Isso Que Eu Necessito?", "Disneylândia", "Nem Sempre Se Pode Ser Deus" e "A Verdadeira Mary Poppins".

TITÃS 84-94 (1994)
A coletânea que qualquer conjunto do rock nacional gostaria de ter. Titãs 84-94 é um disco duplo recheado dos clássicos deles, perfeito para quem está começando a ouvir a banda. Praticamente todas as melhores músicas que eles fizeram foram compiladas.

DOMINGO (1995)
É o fim de uma era. Domingo é o último álbum de estúdio realmente bom dos Titãs. Aliás, foi o primeiro CD que eu ganhei na minha vida, em maio de 96, e é por isso que eu nutro um sentimento de adoração por ele. Analisando, no entanto, como crítico, e não como fã, é fácil perceber que a banda, apesar de irregular em certos momentos, conseguiu ser pop sem ser comercialóide, e fez canções interessantes como a faixa-título, "Eu Não Aguento", "Eu Não Vou Dizer Nada", "Qualquer Negócio" e "Ridi Pagliaccio".

ACÚSTICO MTV (1997)
Se fosse este um álbum de despedida em grande estilo, eu gostaria muito mais dele. Porém, como foi uma maneira que os Titãs encontraram de se vender para as massas pelos próximos anos, já não soa tão nobre. Entretanto, as versões desplugadas de "Diversão", "Comida", "O Pulso" e "Pra Dizer Adeus" são muito boas, e as inéditas "Os Cegos Do Castelo" e “Não Vou Lutar” são bacanas.

VOLUME DOIS (1998)
Sinceramente, uma porcaria. Clássicos como "Desordem", "Domingo" e "Miséria" foram destruídos com as novas versões e nenhuma das inéditas é digna de elogio. As nova versões de "Sonífera Ilha" e "Insensível" são as poucas que até se salvam, e o cover de “É Preciso Saber Viver” é razoável, mas nada de excepcional.

AS DEZ MAIS (1999)
Só não é uma completa desgraça porque o cover de "Aluga-se" ficou bom. No mais, é o conjunto no fundo do poço da criatividade, a ponto de fazer um disco de interpretações.

E-COLLECTION (2000)
Coletânea para ‘consolidar’ o fim do contrato dos Titãs com a Warner. Recomendável para fãs radicais atrás de sobras de estúdio e raridades, como "A Marcha do Demo", "Saber Sangrar" e “Pela Paz”.

A MELHOR BANDA DE TODOS OS TEMPOS DA ÚLTIMA SEMANA (2001)
Não tem a genialidade de tempos anteriores, mas é razoável. As canções "A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Última Semana", "Isso" e "Epitáfio" fizeram sucesso, e são as melhores junto de "Vamos Ao Trabalho" e "O Mundo É Bão, Sebastião".

COMO ESTÃO VOCÊS? (2003)
Falta energia e criatividade; os Titãs perderam o vigor que tinham em tempos anteriores. Os hits “Provas De Amor” e “Enquanto Houver Sol” são medíocres. Os destaques são justamente as faixas que fazem boas críticas sociais: "Gina Superstar" e "KGB".

MTV AO VIVO (2005)
Bem produzido e com a pegada roqueira que há tanto tempo faltava no som deles, o disco Mtv Ao Vivo provou que eles ainda podiam mostrar em 1 hora de show várias das suas melhores faixas com o peso que elas pedem. "Lugar Nenhum", "AA UU", "Flores" e "Não vou Lutar" são algumas das que ficaram boas, e, entre as inéditas, "O Inferno são os Outros" é a melhor, mas "Vossa Excelência" é divertida.