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Kaio Felipe:
Kaio é uma pessoa, no mínimo, estranha.
Ele é otimista e pessimista ao mesmo tempo.
Usa da auto-crítica para expor momentos de desespero e também para fingir que é humilde.
O cara é um poço de arrogância e megalomania.
Kaio é obcecado por rock. Joy Division, Beatles, The Cure, Velvet Underground, Depeche Mode, New Order, Pink Floyd, My Bloody Valentine e Suicide são algumas de suas bandas favoritas.
Ele também é apaixonado por literatura e filosofia, e seus escritores favoritos são George Orwell, Dostoiévski, Nietzsche, Schopenhauer, Rimbaud, Edgar Allan Poe, Álvares de Azevedo e Goethe.
O rapaz é obcecado por relacionar canções a momentos de sua vida - "A Forest" é freudiana quando relacionada à desilusão amorosa que ele teve na pré-adolescência. "Metal contra as nuvens" é uma boa lembrança para ele de seus 12, 13 anos de idade. "Isolation" seria um reflexo do Kaio anti-social que foi se construindo com o tempo. E "I am the Walrus" é uma síntese da egomania dele.
Ah, outra coisa importantíssima sobre ele - Kaio adora falar em 3ª pessoa...
E-mail:
lostforest80@gmail.com
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Sejam bem-vindos a uma exibição de atrocidades.
Esse é o caminho - basta que vocês entrem.
13 agosto 2006
A ceremony in a lonely place
Hoje, faz um ano que eu comecei a ouvir Joy Division. [Vide este post] Poucas bandas marcaram tanto a minha vida como essa. Titãs foi a primeira desse seleto grupo, entre 96 e 99, sendo seguido pela Legião Urbana, entre 2000 e 03, e os Beatles, que desde que eu comecei a ouvir pra valer, em setembro de 2003, são a minha banda favorita - além do mais, eu não consigo imaginar meus 14 anos de idade sem me lembrar de tanto que eu ouvi o Fab-Four. Já o Joy Division marcou o meu 15º ano de vida. Já tinha ouvido falar deles em um Top Top MTV que eu tinha visto no final de 2004, e, semanas depois, li um texto no Omelete sobre o Substance do New Order, e, obviamente, referências ao JD foram feitas. Mesmo assim, eu sempre me esquecia de baixar músicas deles - nos primeiros sete meses de 2005, eu estava musicalmente mais ocupado conhecendo o indie rock (me iniciei nele com três bandas - Pixies, Franz Ferdinand e Velvet Underground) e ouvindo clássicos, como Led Zeppelin, The Clash e The Doors. Quando dois colegas meus de escola que gostam de post-punk me falaram sobre JD e Smiths em 12/Ago/05, imediatamente eu me lembrei das duas (eu já tinha ouvido elogios sobre a banda de Morrissey e Marr há algum tempo), e comecei a baixar a segunda já naquele dia, e a "Divisão da Alegria", na manhã do dia seguinte, um sábado. Foi amor à primeira ouvida? Creio que sim. Me encantei de imediato com as "4 músicas básicas" deles - a bela Love Will Tear Us Apart, a densa Atmosphere, a frenética Transmission e a sombria She's Lost Control. Ainda no mesmo dia, baixei, além de algumas do New Order (como Blue Monday e Temptation - a Bizarre Love Triangle eu já conhecia há tempos), outras do Joy, e fiquei encantado com Isolation, Shadowplay, Disorder, Heart And Soul, Warsaw... Um mês depois, usei a banda como pano de fundo de uma das minhas melhores redações escolares. Tirei 10 nela, com um final trágico, com o casalzinho protagonista se suicidando (aliás, narrações com esse tipo de desfecho são sempre mais valorizada pelos corretores). Além disso, gravei várias coletâneas em 1 cd até chegar, no mês seguinte, a uma que parecia ser a definitiva. Parecia. Em 02/11, eu gravei um CD duplo, com praticamente todas as canções deles. Fiz um remake dela há uns 4 meses atrás, e em junho, fiz a que (por enquanto) é a mais perfeita seleção deles que eu já fiz, usando como critério a ordem cronológica - o CD1 abre com o punk de Warsaw e fecha com a paranóia de Something Must Break, e o CD2 tem (a já citada) Atmosphere como faixa 1, e a sintética As You Said como a última. Joy Division não é uma banda para qualquer um, isso é verdade. Não são poucos os que a rotulam de maneira simplista, especialmente como banda "nazista", "gótica" ou "deprê". Nem é preciso dizer que as pessoas que dizem isso são muito superficiais, e ignoram fatos como 1 - A certa admiração que Ian e Bernard tinham pelo nazismo e sua vontade de poder (nietzscheana, diga-se de passagem) não fazia deles necessariamente panfletários de tal ideologia (se fosse assim, só porque eu acho Maquiavel legal, eu seria maquiavélico, tsc); 2 - Eles adoravam sutilezas polêmicas; 3 - Claro que o JD é bem soturno e dark em várias músicas, mas gótico é algo muito limitado para descrevê-lo, até mesmo porque, no visual e na atitude, eles eram quase que indies-alternativos; 4 - As letras de Ian eram perturbadas, mas também existencialistas e cheias de referências literárias, e as melancolia sonora foi construída pela produção de Martin Hannett, que conseguiu melhorar consideravelmente músicas cheias de potencial, como Shadowplay, Love Will Tear Us Apart, Digital e Decades. Como vocês sabem, o meu top 10 de favoritas da banda é encabeçado Isolation, por motivos que eu já estou cansado de explicar, e o meu disco favorito é o Closer, que já foi resenhado no Racio Símio. Para encerrar o texto, nada como versos clássicos dos caras (será que vocês conseguem adivinhar a música?): "But if you could just see the beauty, these things I could never describe. These pleasures [are] a wayward distraction, this is my one lucky prize".
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