|
Kaio Felipe:
Kaio é uma pessoa, no mínimo, estranha.
Ele é otimista e pessimista ao mesmo tempo.
Usa da auto-crítica para expor momentos de desespero e também para fingir que é humilde.
O cara é um poço de arrogância e megalomania.
Kaio é obcecado por rock. Joy Division, Beatles, The Cure, Velvet Underground, Depeche Mode, New Order, Pink Floyd, My Bloody Valentine e Suicide são algumas de suas bandas favoritas.
Ele também é apaixonado por literatura e filosofia, e seus escritores favoritos são George Orwell, Dostoiévski, Nietzsche, Schopenhauer, Rimbaud, Edgar Allan Poe, Álvares de Azevedo e Goethe.
O rapaz é obcecado por relacionar canções a momentos de sua vida - "A Forest" é freudiana quando relacionada à desilusão amorosa que ele teve na pré-adolescência. "Metal contra as nuvens" é uma boa lembrança para ele de seus 12, 13 anos de idade. "Isolation" seria um reflexo do Kaio anti-social que foi se construindo com o tempo. E "I am the Walrus" é uma síntese da egomania dele.
Ah, outra coisa importantíssima sobre ele - Kaio adora falar em 3ª pessoa...
E-mail:
lostforest80@gmail.com
Meu Orkut
Perfil completo
|
Sejam bem-vindos a uma exibição de atrocidades.
Esse é o caminho - basta que vocês entrem.
13 julho 2006
Rock and Roll day
Hoje é considerado o Dia Mundial do Rock, pois, há 52 anos, um tal de Elvis Presley (!) gravou "Heartbreak Hotel", que é considerada a primeira canção a ter um ritmo que possa ser caracterizado como rock and roll. Vou aproveitar o post de hoje para falar sobre o que o Rock já produziu em suas cinco décadas e meia de existência. Anos 50 - o início de tudo. A "juventude transviada" dá seus primeiros passos, e revela grandes artistas como Chuck Berry, Buddy Holly e, claro, o rei Elvis Presley em sua melhor fase. Ainda vemos aqui uma grande associação com o blues, o country e o rockabilly. Anos 60 - Foi a década mais importante do Rock, sem dúvidas, pois foi nela que surgiram praticamente todos os caras influentes, sendo que o legado de vários deles pode ser notado até hoje. Os Rolling Stones e o Who, cada um à sua maneira, representavam o lado mais "bad boy" do britrock. O Kinks, o Animals e o Yardbirds também participaram do movimento chamado 'british invasion', sendo que esse último contava com um dos futuros membros do Led Zeppelin, o guitarrista Jimmy Page. No underground, surgiu o rock progressivo, através de bandas como o Pink Floyd e o Yes, e também a 'trinca sagrada do rock alternativo' - Lou Reed (líder do art-rock do Velvet Underground), David Bowie (o camaleão, que começou fazendo space rock) e Iggy Pop (vovô do punk). Ainda tínhamos outra trilogia, só que a dos junkies mortos aos 27 anos: Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison (The Doors). Também tivemos nessa década a genialidade e lirismo dos Beach Boys e de Bob Dylan. Em 1968, surgiu a mais importante banda de rock brasileiro - Os Mutantes. E, acima de tudo e todos, os deuses antropomórficos - os Beatles, que, com seus 13 (ótimos) discos, passearam por praticamente todas as tendências musicais dos anos 1960 - do-it-yourself, 'pop perfeito', folk, indiano, psicodélico, progressivo, hard rock, experimental, proto-punk, reggae, e por aí vai. Anos 70 - ao contrário da década anterior, marcada pelo coletivismo e as utopias (como os hippies), os '70s têm como forte características o individualismo (a própria separação dos Beatles é uma prova disso) e os 'oligopólios musicais' - não é exagero dizer que David Bowie, Led Zeppelin e Pink Floyd reinaram absolutos entre 1971 e 1977, e seus estilos (glam, hard rock / metal e progressivo, respectivamente) dominaram o Rock da época. Outros que tiveram importância foram Queen, Black Sabbath, Deep Purple, Eagles e Fleetwood Mac. Em terras tupiniquins, os Secos e Molhados e Raul Seixas foram os maiores expoentes. Mesmo assim, parecia que a espontaneidade havia desaparecido do estilo. Parecia, até que houve a ruptura - o movimento punk, que foi engatinhando até explodir em 77, com a anarquia do Sex Pistols, a politização do Clash e a simplicidade dos Ramones. Daí pra frente, só surgiram bandas de peso, que desencadeariam em dois movimentos similares, mas com pequenas diferenças - a new wave, que era mais acessível, e o post-punk, o qual era mais, digamos, alternativo. Da primeira, tivemos Talking Heads, Blondie e The Police surgindo ainda nos anos 70; do segundo, a década foi encerrada com os primeiros singles do Cure, a fundação do Echo and the Bunnymen, os solos de guitarra improvisados dos americanos do Television e o álbum de estréia do Joy Division. Anos 80 - O post-punk seguiu firme e forte no início dessa década. O Joy Division, antes da morte de Ian Curtis em 18/5/1980, ainda lançou compactos como "Love Will Tear Us Apart" e o disco Closer; com suas melodias densas, letras melancólicas, bateria quase militar e baixo à frente da guitarra, o grupo influenciou várias bandas. The Cure alternou-se entre as mais diversas sonoridades - o soturno (80 a 82), o electro pop (83), o psicodélico (84), o pop alternativo (85 a 88) e o rock deprimido (89). Siouxsie and the Banshees, Bauhaus e Sisters of Mercy foram a faceta gótica do post-punk. Enquanto isso, na new wave, o New Order iniciou a conexão do rock com a eletrônica, e foram contemporâneos ao Depeche Mode, Duran Duran, Tears for Fears, Eurythmics, etc. Com forte influência dos anos 70 (notoriamente do Led Zeppelin, do Deep Purple e do Black Sabbath), o heavy metal explodiu, e seus principais nomes foram Metallica, Judas Priest e Iron Maiden. O hard rock teve anos de glória, inicialmente com AC/DC, Van Halen e Aerosmith, e anos depois com Guns n' Roses, Bon Jovi e Poison. Nós, brasileiros, tivemos nos anos 80 o auge de nosso Rock, graças a conjuntos como Titãs, Legião Urbana, Ira!, Barão Vermelho, RPM, Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Violeta de Outono, entre outros. O U2 conciliou política, amor e religião e construiu uma sólida carreira. Os Smiths expressaram com muito lirismo a angústia da juventude oitentista. Nos EUA, tivemos o hardcore como um punk mais agressivo (principal nome - Dead Kennedys), e o indie rock, com bandas que trabalhavam em gravadoras independentes e faziam uma sonoridade bem diferente daquilo que se ouvia nas rádios. Os três maiores nomes foram Pixies, Sonic Youth e R.E.M; as três, assim como os britânicos do Stone Roses, deram uma demonstração do que seria feito nos... Anos 90 - No Reino Unido, o shoegaze, cheio de guitarras distorcidas, vocais etéreos e canções atmosféricas, teve como precursores duas bandas dos anos 80 (Jesus and Mary Chain e Cocteau Twins), mas seus maiores nomes foram Slowdive e My Bloody Valentine. O Primal Scream e o Happy Mondays, com seu rock dançante, fizeram a transição das décadas na capital mundial do Rock entre 79 e 91, Manchester. Este posto passou a uma cidade americana, Seattle, com a explosão do grunge, que provou que o rock feito nos EUA estava mais melancólico do que nunca, talvez pela desilusão com a geração sem causa que se construía, fato comprovado pelas letras e melodias do 'rock de garagem', capiteneado pelo Nirvana, mas tendo outros grandes conjuntos, como Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains. Os alternativos ianques também fizeram bonito, com bandas como Pavement, Smashing Pumpkins e Weezer. Em 1994, a cena muda radicalmente, com o suicídio (?) de Kurt Cobain e a ascensão do britpop, que teve seu auge com a rivalidade entre duas bandas geniais, Blur e Oasis; foi nessa época também que o Radiohead evoluiu musicalmente e lançou um dos melhores discos da década, OK Computer. Placebo, The Verve e Supergrass também fizeram sucesso. O rock ficou mais comercial na segunda metade dos anos 90, com o new metal (Linkin Park, Korn, Limp Bizkit) e o pop-punk (Green Day, Offspring, blink-182); contudo, bandas importantes como U2, R.E.M. e Red Hot Chili Peppers estavam no seu auge. Enquanto isso, na selva, digo, no Brasil, poucos se destacaram - talvez Skank, Mamonas Assassinas e Pato Fu. O pop e o axé predominaram nas rádios. Anos 00 - essa, sim, parece ser uma década perdida. A globalização musical ficou ainda mais acentuada, e nos faz ter centenas de roqueiros bem diferentes nas paradas - de Strokes a Evanescense, de System of a Down a Coldplay, de White Stripes a Good Charlotte, de Muse a Simple Plan, de Charlie Brown Jr. a Los Hermanos, etc. O que acontece, no entanto, é que não há uma banda fantástica, que seja realmente grandiosa. Sobrou em quantidade, faltou em qualidade. Há som para todos os gostos, mas ainda não surgiu a banda que alguém possa realmente dizer que é "a banda da década". A minha maior aposta é no Franz Ferdinand, que mesclam várias boas influências, e seus dois primeiros discos são ótimos; realmente espero que eles continuem com um bom trabalho no terceiro álbum. O Rock ainda não morreu, mas está em coma. Não precisa de salvadores, mas sim de alguém que saiba fazer algo consistente, criativo e marcante. E eu ainda não vi isso nessa década.
Edit: Será que o mundo do Rock, assim como no início dos anos 90, terá a tão desejada renovação através dos indies? Eu não duvido nada, mas é preciso que eles deixem a arrogância um pouquinho de lado e comecem a tocar música de verdade, hehe...
|
|
|